segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Como tudo começou...

Desde que comecei a escrever o blog fiquei pensando em como todos esses interesses surgiram. Fico pensando qual foi o evento que deu o sinal de largada. Lembro de um tempo, muito tempo atrás, quando li um livro sobre alimentação que falava dos perigos da monocultura. Talvez alguma fagulha então já existisse ali.
No entanto, foi quando entrei em contato com o conceito de Simplicidade voluntária que as coisas começaram a fazer sentido. Talvez esse tenha sido o sinal. A simplicidade voluntária fala sobre viver com o essencial. Não tem a ver com aquelas pessoas que passam necessidade, pelo contrário, fala de pessoas que já chegaram a um ponto que não precisam batalhar para ter o que comer e, tendo suprido as necessidades básicas da humanidade, podem escolher o que é essencial para elas. Elas então, a partir disso, escolhem viver de modo mais simples, com menos: menos roupas, menos objetos, menos preocupações, menos apegos. Ao mesmo tempo, elas decidem viver com mais: mais amorosidade, mais liberdade, mais sinceridade, mais honestidade.
Não que o caminho seja fácil. Eu não acho. Como vivemos em uma sociedade que sempre pega o mais, mais, vira e mexe me pego tendo que novamente reduzir, seja pensamentos, o que escolho ver
na internet ou qual música ouvir, ou até mesmo quais arquivos no computador vou manter, ou quais livros realmente preciso ler. Visto que acompanho vários blogs que seguem essa linha, como se pode perceber, acho que dá para entender que essa revisão sempre se faz necessária.
A partir disso que fui descobrindo que outras coisas existiam, e acredito que é isso que guiou e ainda guia minhas escolhas, meu modo de encarar a espiritualidade e até mesmo como eu quero me alimentar.
Achou complexo? Simplifica e começa com a pergunta: O que é essencial para você? Talvez um novo mundo também se abra.

Dos livros
Da vida feliz - Sêneca
Walden ou A vida nos bosques - Henry David Thoureau
Simplicidade Voluntária - Duane Elgin
O poder do agora (não é sobre simplicidade, mas acredito que ajuda a centrar para perceber o que é essencial) - Eckhart Tolle

Vídeo
Tem uma reportagem antiga da tv globo, falando sobre pessoas no Brasil que escolheram pela simplicidade. Acho que é só jogar uma busca no youtube que acha fácil.
Tem também um cara que foi um dos primeiros a divulgar mais intensamento a Simplicidade voluntária no Brasil que é o Jorge Mello. O que mais gosto dele é que ele realmente segue o que prega, mostrando que é possível! https://www.youtube.com/watch?v=BjZ52Mlo9Fo



sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Da necessidade de união

Essa semana que passou fiquei pensando muito em como a união e a cooperação são importantes, em um mundo cada vez mais individual. Notícias ruins de violência, contra seres humanos e animais surgem todo semana e tudo isso me faz pensar que poderíamos mudar isso, mas estamos tão cegos para a realidade que qualquer impulso de mudança passe despercebido.

Mas aí essa semana tive a confirmação de que estou sim no caminho certo. Explico: saiu uma notícia de um atentado de violência horroroso contra uma moça no metro. Não vou falar sobre isso porque está em tudo quanto é lugar. Mas o que me deu esperança é que, no meio da confusão, uma outra mulher, que não tinha nada a ver com a história, se colocou no meio e ajudou a menina, ficando ao lado dela até alguém da família chegar. E pensei: isso faz parte de um círculo de mulheres.

Um círculo de mulheres é um grupo que se reúne com vários objetivos. Mas claro que há algo por trás. Quando nos reunimos, criamos um campo de confiança, criamos um círculo em que podemos ser nós mesmas sem sermos julgadas. Só sermos aceitas e respeitadas. Mas por que só de mulheres? Simplesmente porque por muito tempo fomos deixadas de lado e separadas, não tínhamos liberdade para isso, Homens se reúnem com certa frequência, para discutir seja lá o que for, mas porque nós não.

Claro que há uma intenção. Claro que, ao criarmos um campo de confiança, nos fortalecemos, melhoramos a nossa autoestima, nos questionamos e podemos até um dia, no metrô, auxiliar outra mulher, ajudá-la a sair de um momento de extrema violência simplesmente porque percebemos que podemos fazer isso.

Às vezes, quando as pessoas veem que frequento círculo de mulheres devem achar estranho ou exagerado mexer tanto com isso. Mas hoje, eu tenho uma ótima resposta: porque isso realmente pode mudar o mundo!

Sugiro para leitura os livros do post passado.
Sugestão de filme: A tenda vermelha (documentário). Acho que o nome é esse, se não for, alguém me avise!



sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Uma nova coreografia se faz necessária...


Semana passada terminei de reler o livro ótimo da Monica von Koss: Feminino + Masculino. Uma nova coreografia para a eterna dança das polaridades. Para mim, re-conhecer seu conteúdo fez todo o sentido. A primeira vez que li, foi quando iniciei no caminho das danças circulares (tema para outro post) e devo ter lido meio correndo, pois muitas coisas não lembrava...

Mas foi muito interessante, depois de um tempo poder retomar esse livro, ler com mais atenção, com mais consciência. Ao terminar de ler o livro, percebi que tudo já estava muito conectado desde o início. Foi através das danças circulares que soube da Unipaz, foi através das danças que me conectei ao movimento do feminino e feminista. E depois de vários anos, quando finalmente termino meu curso na Unipaz, trabalhando como voluntária lá, re-conectando meus estudos sobre o feminino que eu pego essa obra de novo. Não vou escrever tudo que está no livro, porque a Monica von Koss escreve melhor do que eu. Ela faz uma análise do feminino, desde o Tao, o Tantra, passando pela Idade Média, por Freud e por Jung, para finalmente escrever:

"Agir como mulheres e homens conscientes, independentes, autônomos, que se relacionam como iguais, apesar de diferentes, não significa abolir os sentimentos maternos/paternos ou filiais, mas exercê-los pelo tempo necessário e suficiente, sempre retornando ao lugar central de homem e mulher e se relacionando a partir dele. [...] Na opinião da analista junguiana Marion Woodman, 'homens e mulheres maduras da nova era estarão unidos menos pela atração dos opostos do que por sua partilhada humanidade', sem que isto neutralize a atração sexual entre eles.[...]
O princípio feminino vem para contrabalançar as características e valores do princípio masculino, trazendo a cooperação para equilibrar a competição; enfatiza o pensamento intuitivo com sua ênfase na experiência direta, sintética, em complementação ao pensamento racional, linear, analítico, fragmentado. [...]" (páginas 241 e 242).

Essa passagem me lembrou muito do Pierre Weil, um dos fundadores da Unipaz, que sempre falava da importância de trazer essa questão do feminino de volta, ou de aspectos relacionados ao feminino, que talvez isso estivesse relacionado com os atos de violência atuais. Também lembrei da Jean Shinoda Bolen, no ótimo livro O milionésimo círculo, que fala da importância de existirem círculos de mulheres e quando houver um número significativo deles, o milionésimo, uma mudança será feita na humanidade.

Assim colocado, tudo pode parecer desconectado e não relacionado, mas para mim faz todo sentido. Em uma sociedade cada vez mais separada da realidade natural e terrestre e desconectada do lado humano (as manchetes da semana falam por si), há sim uma necessidade de reconexão, de entender o que foi perdido e integrar, e respeitar, e aceitar, e entender que uma mudança se faz urgente já, pois o planeta grita por essa mudança.

"Quando formos capazes de encontrar a inteireza humana em nós mesmos e compreendermos que a essência do nosso ser é divina, seremos capazes de olhar para o outro, seja igual, seja diferente, e vê-lo da mesma maneira; poderemos ver todas as pessoas como inteiras, isto é, seres de luz, que refletem a divindade. Seremos capazes de ressacralizar nosso mundo, nossa vida, valorizando cada aspecto pelo que é, sem julgá-lo ou excluí-lo." (Moniva von Koss, página 243)

Interessante pensar que tudo se inicia novamente: escrever, ler o livro, pensar em um novo futuro. Realmente é uma dança, em um círculo que não termina.


Para quem interessar:
Monika von Koss. Feminino + Masculino. Uma nova coreografia para a eterna dança das polaridades. Ed. Escrituras (o meu é do ano de 2004).

Jean Shinoda Bolen. O milionésimo círculo. Como transformar a nós mesmas e ao mundo. Um guia para Círculos de Mulheres. Editora Triom.

Pierre Weil. A arte de viver a vida. Editora Vozes.

Conectado. Uma autobiografia sobre amor, morte e tecnologia. Ótimo documentário de 2011 (EUA) que tenta unir todos esses temas e também aborda o termo da desconexão como um problema para a humanidade.



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

É tudo novo de novo...

Há muito tempo, comecei um blog. Depois de um tempo, faltava palavras sobre o que escrever e a vida levou para outros lados. Passei a cuidar mais dos textos dos outros que do meu. E o blog se desfez (ou melhor, eu me desfiz dele).
Muita coisa mudou desde então... quase casei, desisti, mudei de profissão, depois voltei, fiz várias viagens, para lugares distantes e dentro de mim mesma, me descobri, reinventei, fui morar em outra cidade, comecei a estudar novas velhas coisas. Me emocionei e aqui estou de novo, iniciando um novo caminho de novo.
E a vontade de escrever voltou. E aqui estou, para partilhar um pouco dos meus interesses e do que aprendi e do que venho aprendendo todos esses anos.
A proposta é escrever algo toda semana. Sem grandes pretensões. Partilhar um pouco do que sei e poder trocar a quem possa interessar (e se isso significar apenas palavras perdidas nesse mundo vasto da internet, então que assim seja.
E vamos recomeçar...